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Conahp 2023 estimula a parceria vital entre SUS e saúde suplementar

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Evento mostra desafios e demandas complexas, que exigem a sinergia entre os dois principais atores do setor, para a construção de um sistema de saúde eficiente e acessível. Veja

Na era da informação e da colaboração, o Congresso Nacional de Hospitais Privados (Conahp) começou nesta quarta, 18 de outubro, no Transamérica Expo Center, com discussões centrais sobre a necessidade da parceria entre o Sistema Único de Saúde (SUS) e a Saúde Suplementar, que também envolve a integração de dados.

Em um cenário de desafios crescentes e demandas complexas, a sinergia entre esses dois expoentes da saúde brasileira se torna não apenas desejável, mas fundamental para a construção de um sistema de saúde eficiente e acessível para todos. Tanto o SUS quanto a saúde suplementar enfrentam problemas recorrentes de financiamento, sendo que o sistema privado talvez viva uma das piores crises da história.

Com presença da ministra da Saúde, Nísia Trindade, e diversas autoridades, a abertura do Conahp foi liderada por Antônio Britto, diretor executivo da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp); Eduardo Amaro, presidente do Conselho de Administração da Anahp; Denise Santos, presidente da Comissão Científica do Conahp 2023 e CEO na BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, e Paulo Chapchap, vice-presidente da Comissão Científica do Conahp 2023 e conselheiro estratégico do Negócio de Hospitais e Oncologia da Dasa.

Antônio Britto refletiu como o setor chegou ao presente e celebrou os progressos. Enalteceu o SUS como uma das maiores conquistas da sociedade, com oportunidades para ampliar a qualidade do atendimento e o acesso da população por meio da integração das esferas pública e privada.

Por outro lado, o diretor executivo afirmou que, apesar da ser otimista com o futuro a ser construído, a Anahp está bastante preocupada, pois o setor da Saúde precisa avançar na prática para oferecer um cuidado efeitvo à população e superar a crise.

Ministério da Saúde no Conahp

Em seu discurso, Nísia Trindade reiterou o caráter essencial da integralidade. “Quando assumi o Ministério da saúde, falei para toda equipe: ‘é hora de pensar na integralidade’. O SUS é o maior sistema universal do mundo e mostrou a sua potência, mesmo com todos os problemas durante a pandemia da Covid-19. A organização a partir da Atenção Primária à Saúde (APS) tem que se tornar, de fato, uma realidade. E a Atenção de Média e Alta Complexidade precisa avançar com a mesma compreensão. Para isso, a parceria entre os setores público e privado é fundamental. Neste sentido, temos travado um diálogo muito intenso e produtivo com a Anahp”, enfatizou.

Parte fundamental no processo de integração de informações, a ministra destacou o desafio da saúde digital. “Sem robustos sistemas de dados, sem a integração para que tenhamos a noção de toda linha do cuidado, sem que toda assistência hospitalar, prestada pelos setores público e privado, esteja devidamente registrada, será impossível avanços maiores. Esta é uma prioridade para o governo federal. E por essa razão, criamos uma secretaria de saúde digital, que vejo como um grande espaço de compartilhamento e trocas” afirmou.

Nísia aproveitou a ocasião para anunciar a aprovação da Política Nacional de Atenção Especializada à Saúde, a primeira a ser criada no SUS, e destacou um ponto estratégico para implantação. “É impossível pensar na implementação dessa política sem uma forte parceria entre nós (público e privado), dirigida para missão e interesses maiores do SUS. Também deixo uma provocação: como contribuir em conjunto para essa viabilidade?”, questionou.

A ministra da saúde exaltou tudo que foi possível construir, como ganhos em infraestrutura e em equipamentos de saúde, desde a Constituição 1988 e comentou: “conseguimos avançar na cidadania por meio do SUS, no qual a saúde suplementar integra o sistema – importante afirmar –, garantindo acesso a uma população inteiramente excluída.”

Por fim, apesar de ter falado sobre desafios complexos a serem superados em diversas frentes, Nísia pontou mais dois que, para ela, não podem ser esquecidos. “Primeiro, uma gestão coerente com o Sistema Único da Saúde e o segundo diz respeito às pessoas, desde a alta gestão até os trabalhadores da saúde na ponta. De que maneira formamos permanentemente os nossos profissionais do SUS? Isso requer uma forte cooperação entre todos os atores presentes no Conahp”.

Conahp: por onde começar?

Após a cerimônia de abertura, começaram as dicussões e a apresentação de cases nos palcos laterais, referentes a ESG e ao papel do médico. Enquanto no palco principal, houve um debate sobre um dos assuntos centrais do Congresso, “Com a crescente demanda do SUS, quais as reais necessidadesdo Ministério da Saúde e os caminhos viáveis para integração púlico-privada na saúde de forma efetiva e estrturada?”.

O secretário de Atenção Especializada do Ministério da Saúde, Helvécio Magalhães, apresentou de forma mais detalhada o cenário atual do SUS e explicou melhor as propostas da nova Política Nacional de Atenção Especializada à Saúde.

Em seguida, houve uma discussão, moderada por Paulo Chapchap, com a participação do diretor de políticas públicas do IEPS, Arthur Aguillar; consultor do Conass, Eugênio Vilaça; médico e professor da Faculdade de Saúde Pública da USP, Gonzalo Vecina; secretário-executivo do Conasems, Mauro Junqueira, e o ex-ministro da Saúde, Nelson Teich.

Já é sabido que a conta não fecha. O sistema de saúde – tanto público quanto privado – não colapsa, mas a restrição ao acesso à saúde é inerente e atinge fortemente a população mais vulnerável.

Dentre as principais conclusões do debate, foi defendida uma mudança no modelo de gestão por oferta que não se sustenta; indicação do Ministério da Saúde como liderança máxima, inclusive na saúde suplementar, e a necessidade de padronização das informações no sistema de saúde, com a integração do público e privado, para chegar um panorama real da saúde da população brasileira.

ESG em foco no Conahp

Durante o primeiro dia do Congresso, foi lançada a publicação “ESG nos hospitais Anahp: resultados e boas práticas”. Ao longo de um ano, foram 691 projetos realizados, 507 milhões investidos e cerca de 12 milhões de pessoas impactadas. Baixe o material completo!

Ainda na seara do ESG, Denise Santos, presidente da Comissão Científica do Conahp 2023 e CEO na BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, conduziu um bate-papo com vice-presidente de Sistemas Equitativos de Saúde na American Medical Association, Karthik Sivashanker, sobre “Rumo à coalização da saúde - Não existe qualidade sem equidade”.

“Não existe cuidado igual se a base da sociedade é desigual”, afirma o psiquiatra. Ele também é co-líder da Rise to Health, coalizão nacional dedicada à equidade na saúde que busca promover um ecossistema de cuidados de saúde transformado, onde todas as pessoas, especialmente as historicamente marginalizadas, tenham o poder, as condições e os recursos para alcançar uma saúde de qualidade.