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Tendências do setor farmacêutico exigem planejamento e ações estratégicas

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Para aproveitar novas oportunidades, as corporações do setor precisam usar dados e novas tecnologias para alcançar eficiência e perenidade.

O setor farmacêutico está passando por um momento de transformação. Devido a mudanças no comportamento do consumidor, avanços tecnológicos e inovações em toda a cadeia produtiva, o segmento enfrenta diversos desafios para os próximos anos. Acompanhar as tendências não é uma tarefa simples: as corporações que desejam estar na vanguarda enfrentam uma série de desafios complexos que demandam atenção e ação estratégica dos gestores. Essas tendências e desafios estão ligados ao crescimento do setor e impactam toda a cadeia. São eles: 

Aumento do consumo: Nos últimos dois anos, o consumo global de medicamentos aumentou cerca de 30% ao ano. No Brasil, não foi diferente. O faturamento do setor, de 2019 para cá, cresceu mais de 60%, passando de R$ 90,5 bilhões para cerca de R$ 140 bilhões, conforme dados da Interfarma. E o crescimento deve se manter. 

Tamanho do mercado: Estima-se que, em 2027, os gastos anuais no setor farmacêutico brasileiro aumentem entre 9% e 12% por ano. No cenário mais favorável, o mercado movimentaria cifras em torno de R$ 300 bilhões a partir de 2027. 

Consumo aquecido: O Brasil se destaca como um dos mercados farmacêuticos mais promissores do mundo. Apenas no primeiro semestre de 2024, o setor foi o único segmento do varejo online a registrar um crescimento de 16%. Essa mudança reflete os novos hábitos de consumo dos brasileiros após a pandemia. 

Para aproveitar todo o potencial desse mercado esperado para os próximos anos, os gestores devem investir e dedicar planejamento à gestão. O segmento farmacêutico – da indústria ao varejo – também deve automatizar processos, usar dados e tecnologias para vencer desafios no e-commerce, na logística e na produção adequada para atender o mercado. Para conseguir isso, as empresas do setor precisam considerar algumas iniciativas: 

  • Definição do modelo operacional: gerenciar fronteiras de Push and Pull e estratégia de adiamento da decisão sobre o que produzir. 
  • Modelo de previsão de demanda: prever a necessidade de cada Unidade de Produto em Estoque (SKU) em horizontes pré-definidos, gerando insumos para a tomada de decisão de produção. 
  • Otimização das políticas de estoque: assegurar o índice ótimo entre investimento em estoque e nível de serviço em cada SKU. 
  • Definição de agrupamento de produtos e estruturação de um controle matricial entre os gestores de produtos e a área comercial.  
  • Avaliação do potencial de mercado por produto, por setor, e negociação de metas inteligentes com a área comercial. 
  • Apoio ao time de gestores de produtos e à área comercial na definição de planos de ação necessários e suficientes para o atingimento das metas.  
  • Otimização de processos comerciais para aumentar a produtividade da equipe de vendas. 
  • Aprimoramento da capacidade analítica e de planejamento da força de vendas, junto com a melhoria das ferramentas utilizadas em campo. 
  • Realização de treinamentos teóricos e práticos das rotinas com a equipe comercial. 
  • Ajuste das pautas e implementação de um calendário de reuniões de resultados que abranjam todos os níveis hierárquicos da empresa. 
  • Melhoria do processo de planejamento da demanda e seus desdobramentos com o uso de ferramentas de inteligência artificial. 

O setor farmacêutico nacional vive um momento de grandes mudanças e, consequentemente, grandes oportunidades. Seguir as tendências exige planejamento, gestão e equilíbrio do negócio. Essa combinação, quando adotada, permite às empresas do segmento um presente mais eficiente e um futuro promissor em desempenho e resultados. 

*Vinicius Brum é vice-presidente da Falconi para Soluções para Saúde, Farma, Saneamento, Educação e Setor Público e Eduardo Zanetti é diretor da unidade de negócios da Falconi.